sábado, 31 de outubro de 2009

Mulher bunda-mole

Mulher bunda mole:

Belinha acordou às seis, arrumou as crianças, levou-as para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur, o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.

Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por estar dirigindo com o celular no ouvido e uma advertência por estacionar em lugar proibido, enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.

No caminho do trabalho batucava ansiedade no volante, num congestionamento monstro, e pensava quando teria tempo de fazer a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.

Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que, segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, Belinha, fez de tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de experiência e dedicação, não conseguiu.

Pensou se abdomem definido contaria ponto, mas logo esqueceu a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.

Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu ela mesma ir até o colégio, depois do encontro com o novo cliente, que se revelou um chato, neurótico, desconfiado e com quem teria que lidar nos próximos meses.

Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado.

Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os olhos e sonhar com um mundo melhor.

Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as crianças.

Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a  pasta com o relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!

Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele pudesse pegar os papéis na empresa, mas continuava fora de área.

Conseguiu, depois de vários telefonemas, que um motoboy lhe trouxesse os documentos.

Tomou um banho, deu o jantar para as crianças, fez a os deveres com a crianças e os colocou para dormir.

Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de tudo. Jantaram em silêncio.

Na cama ela leu metade do relatório e começou a cabecear de sono. Artur a acordou com vontade de transar. Como aqueles momentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um último esforço e transar.

Deram uma meio rápida,  e, quando estava quase pegando no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte comentário:

- Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... deixa de preguiça e começa a se cuidar..

Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro!

Depois se viu pulando sobre o tórax dele até quebrar todas as costelas! Com um alicate de unha arrancou um a um todos os seus dentes depois deu-lhe um chute tão brutal no saco, que voou espermatozóide para todos os lados!

Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de auto-ajuda: como controlar as emoções negativas.

Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul, e ponderou. Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o marido cega de tensão pré-menstrual...

Resolveu agir com sabedoria.

No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e malhou duas horas. 


De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e as unhas de vermelho. Ligou para o cliente novo insuportável e disse tudo que achava dele, da mulher dele e do projeto dele.

E aguardou os resultados da sua péssima conduta, fazendo uma massagem estética que jura eliminar, em dez sessões, a gordura localizada.

Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que ela havia sumido.
Pacientemente não atendeu. E, como vingança é um prato que se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele. 


- A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura.

Um beijo da preguiçosa...

(Extraído do livro: Este sexo é feminino /Patrícia Travassos).





Ontem uma amiga de Manaus me enviou por e-mail esse texto e me faz esse pedido:

"que envie ou imprima e mostre para o maior número de mulheres... E porque não também para maridos e amigos homens, que talvez não tenham tempo para pensar no valor de uma mulher, NEM NAS NECESSIDADES, CARÊNCIAS E O QUE ELAS SÃO CAPAZES DE DEIXAR DE LADO PARA CUMPRIR TODOS OS SEUS PAPEIS COM COMPETÊNCIA (ESPOSA + AMANTE + MÃE (DOS FILHOS E MARIDOS) + PROFISSIONAL + AMIGA + DONA DE CASA + ETC ETC ETC )".

 Hoje eu dei uma de "quase Belinha", não porque  alguém disse que meu peito ou  minha bunda tá mole, mas porque queria sair um pouco, sozinha, tirei a tarde pra mim, fui andar um pouco, ficar em casa quase a semana toda , cuidando de menino,  saindo de casa só pra fazer supermercado, pensando sempre no que fazer para o jantar, cansa! Então, hoje à tarde fui andar pelo centro de Amsterdam, fui em busca de uma loja especializada na confecção de velas, a Pontifex. Ainda no tram, antes de chegar ao meu destino, achei 5 euros e depois comprei algumas coisinhas com esse 5, comi batatas fritas,  admirei as velas, cada uma mais linda e original que outra, me distrair, enfim, o passeio me saiu bem barato, quase nada, só paguei o dinheiro da passagem!




Essa foto extrair desse site:

http://www.flickr.com/photos/mararie/180647678/