domingo, 2 de novembro de 2008

Os gatos da minha vida... Bengel e Boi.

Bengel (3) Upload feito originalmente por luluvanaerts

Sou de origem daquelas famílias que vêem com bons olhos a criação de animais, especialmente cachorros, mas gatos e demais bichinhos de estimação, estão fora de cogitação. Mesmo que qualquer um de nós, eu ou um dos meus irmãos, fizesse menção sobre criar um bichinho, minha mãe sempre nos lembrava do trabalho, da dedicação dispensada para seu trato, é muito mais que arranjar-lhe um lugar para ficar e dá o que de comer todos os dias. Portanto, nunca passou pela minha cabeça dividir meu lar, meu teto, minha vida com gatos, não importa se dentro ou fora de casa. Claro que de vez em quando acontecia de cruzar com uns e outros pela rua, na vizinhança ou no quintal da casa da vovó Nazaré, se estava eu presente na hora do jantar, logo depois eu e os demais netos, íamos atrás dela para vê-la dá os restinhos da comida para os bichanos da vizinhança, que por sinal eram muitos, e ademais, seus íntimos conhecidos. E mesmo assim eles me eram estranhos. Nem hóstis, nem amigáveis, não tinha a menor intenção de me ocupar com eles, nem que seja ao menos de um. Confesso que tudo que eu sabia dos gatos, com base nas boas e más língua, é que eles são traiçoeiros! Se um cachorro pode morder, os gatos são piores, porque são imprevisíveis! Os únicos felinos que eram próximos de mim eram aqueles dos contos de fada, das bruxas, dos desenhos animados ( eu prefiro o gato Félix ao Tom). E me acontece de arranjar um par de botas, e com ele vem dois gatos. A idéia de dividar um apartamento com eles, no ínicio me deixa encolerizada, e confesso, os primeiros meses foram vividos sob um clima de guerra, por força eu queria discipliná-los, botar ordem na casa, estabelecer regras e limites pra eles. Em parte, eu conseguir, eles não já dormiam no nosso quarto, não entravam na cozinha. Por outro lado, com relação às outras coisas, eu tiver que ceder, aprendi a ter paciência para com eles, e acima de tudo, tinha que respeitar a personalidade de cada um, logo, percebi que eu tinha que se moldar a eles também, senão ia passar a vida toda, até eles morrerem, estressada, sempre incomodada com a presença deles. Parece-me, ainda não especulei profundamente, o Boi é da raça "British Shorthair" (pêlo curto inglês) enquanto que o Bengel é um puro de sua raça, é um Gato-de-Bengala.

Sobre o Boi só posso lhes dizer que um gato super medroso, só exige atenção exagerada quando quer comer, passa a maior parte do tempo dormindo, seja na caminha dele ou em algum degrau das escadas. Tem uma veneração pelo Peter. É tímido, não se mostra de primeira, tem medo de tudo, mas são três coisas que lhe causam um verdadeiro pavor: o aspirador de pó, a tábua de passar ferro e uma escada de alumínio que tenho aqui de três degrais. Se faço apenas menção que vou usar uma dessas coisas, estando ele presente, sai numa correria louca, foge como o diabo foge da cruz. Ele é carinhoso, porém, até para acariciá-lo é preciso tomar certas medidas, não ir além dos limiter, porque senão corre-se o risco de ser interpretado como uma ofensa, um grande mal-entendido e ele se afasta sem cerimônias. Quanto ao Bengel há muito o que dizer... Não tem vergonha na cara, eu brigo, esculhambo, malino dele, dou uns puxões nas patas traseiras dele, pensa que ele não gosta? Se não está dormindo, está pedindo atenção seja a minha ou a do Peter. Quando estou sentada no sofá, se deita nos meus pés, ou então quer deitar nas minhas coxas. Quando o vi pela primeira vez, pensei que ele tinha algum tipo de disritmia ou outra coisa parecida, porque é irrequieto. Ah! É o mané-sacola ou mané-caixa, porque não pode uma sacola ou caixa vazia que vai logo entrando e fica lá, paralisado, acho que apreciando a vista. Gosta também de ir pra debaixo de uma cama, dentro do armário da sala, ele abre a porta e entra. Conversa, responde quando eu falo, reclama, não gosta de ser contrariado. Tem personalidade! Há dois anos atrás, eu pensaria que não, porém no presente momento, realmente, tenho eu que concordar com as palavras de Frédéric Vitoux, em seu Dictionnaire amoureux de Chat, "(...) o homem, neste sentido, é verdadeiramente civilizado quando aceita ter um gato ao seu lado como um livre companheiro, um associado e não como um animal doméstico ou domesticado, (...) o gato prefere manter o papel de parceiro, e mesmo de mestre em elegância, em beleza e quem sabe em sabedoria no conhecimento sobre os segredos do universo".