domingo, 2 de dezembro de 2007

Estou ciente. É mais de uma semana de pausa. Mas isto não quer dizer que nada de muito interessante não tenha ocorrido, pelo contrário. No final de semana passado, mais precisamente no domingo, tivemos a oportunidade de assistir à dois documentários brasileiros num lugar agradável, "La Bellevilloise", um lugar que é um mixto de café-restaurant-bar em Paris, um espaço multifuncional dedicado à arte, localizado à rue Boyer, metrô Gambetta, no 20 arrondissement, ou seja, na vigésima zona da cidade, vamos assim dizer. O primeiro documentário exibido foi "Tom Zé - Dada Brasil", retratando a participação do cantor no Festival Banlieues Bleues (Subúrbios Azuis), a periferia de Paris. Apresentando seu disco "Estudando O Pagode - Na Opereta Segrega Mulher e Amor", além de falar sobre a condição da mulher no Brasil, ou seja, uma situação de segregação, Tom Zé, de modo satírico, diz o quanto a globalização é uma espécie de "putain de mondial-barbarization". Peter me disse que ele mais parece um "sdf (sans domicilie fixe)", isto é , um desses moradores de rua daqui. Claro, que só na aparência. Sobre o segundo documentário, tenho muito a contar porque muito me emocionou: "Paulinho da Viola, Meu Tempo é Hoje". Um filme que retrata sua vida, sua trajetória como músico, como compositor, sua tamanha amizade com a Velha Guarda da Portela... Num dado momento não tive como não conter minhas lágrimas: com Marisa Montes ele canta "Carinhoso", canção de Pixinguinha de 1917! Bem acertadamente diz Marisa, é uma das músicas que está mais presente na memória de todos os brasileiros. Na minha infância aprendi a cantar essa música com minha mãe, lembro-me muito bem dela dizer o quanto meu avô gostava de Pixinguinha.
Ao final das contas, foi um ótimo domingo.